domingo, 30 de outubro de 2011

Não sei

Somos curiosos, não somos? Quando não conseguimos a resposta de algo, ficamos seriamente incomodados. Será que a gente busca a verdade mesmo?

Se em algum momento não sabemos algo, perguntamos aos outros. Nessa hora, que frustração dá ouvir aquele “não sei” seco, não é? Preferimos ouvir qualquer explicação, mesmo que forjada, mesmo que incerta.

Acontece que às vezes “não sei” é a resposta certa, e nesse caso não deve ser mascarada.

Uma vez estava no trânsito do Rio de Janeiro e perguntei a um taxista qual era o melhor caminho para o Engenho Velho. Era um taxista gordo, de barba rala, que suava litros. No momento que ouviu a pergunta sua cara se contorceu como num quadro do Picasso. O pobre taxista soltou um grunhido de dor, passou a mão vigorosamente na cara suada e murmurou: porra... engenho velho cara?

A tortura continuou por mais alguns segundos até que ele me deu algumas instruções, com a voz trêmula e cheio de hesitações. Desprovido de outra opção, decidi seguir as instruções do taxista. Adivinham se cheguei no Engenho Velho?

Sim, cheguei ao Engenho Velho!

Esse não foi um bom exemplo para o meu argumento.

Não sei um bom exemplo, mas isso quer dizer que estou errado? Poderia ter mentido na história que contei, e ela se tornaria um bom exemplo. Mas que diferença isso faz? Histórias inventadas não podem ser tomadas como provas de nada.

Muita gente acha que histórias bem contadas envolvendo magia podem ser provas de que o mundo foi criado em sete dias há apenas 10 mil anos, por mais absurdo que isso possa soar. Os criacionistas são 120 milhões só no Brasil!

Mas não apenas em questões filosóficas devemos ser mais amigos do “não sei”. Questões do dia-a-dia, como “por que tanta fila no cinema?” ou “por que fizeram isso comigo?” são típicas candidatas a explicações inventadas.

Nossa sede por respostas nos torna insaciáveis criadores de teorias. E isso é ótimo! O problema aparece quando, na pressa de nos livrarmos do “não sei”, nos apegamos a nossa primeira teoria antes de ela se mostrar madura. Devemos fazer a transição do “não sei” para o “é isso” de forma segura, ou vamos nos encher de certezas equivocadas.

As pessoas são capazes de acreditar em qualquer coisa que lhes digam. Que fique o exemplo dos criacionistas! Quantos criacionistas existem no nosso país? Cento e vinte MILHÕES, não é mesmo?

Não, não é! Eu inventei esse número. Qual é o número verdadeiro? Não sei.

Se quer saber a verdade, duvide! O mundo não costuma te dizer quando está mentindo pra você.

sábado, 29 de outubro de 2011

Um blog para escrever

Faz quase dois anos que não publico nada em meu blog.

É típico da minha personalidade: eu fico muito tempo sem atualizar as coisas. Acho que eu gosto da sensação. É como um doce de abóbora, tirando que eu não gosto de abóbora. Prefiro salgados também, pra falar a verdade. Talvez uma pizza de mussarela?

Ah! E agora tem essa que o certo é grafar muçarela. Eu não me importo, como tantas coisas dessas que não me importo. Se importar cansa e eu guardo esse esforço pra coisas que valem a pena. Mussarela, muçarela ou mozzarella, tanto faz, foram feitas para comer, não para se escrever.

Hoje era um daqueles dias em que algo de ruim podia acontecer comigo. Um dia qualquer. Até agora nada de ruim aconteceu. Isso me gela a espinha, pois eu não costumo passar um dia ileso. Tento colocar na minha cabeça que o tapete novo da sala me incomoda, satisfazendo assim minha cota diária de desagrado.

Então ocupei minha mente arrumando esse blog, caprichando nele. São esses caprichos que nos fazem felizes, não é mesmo? Não, não é, mas eu gosto, sim.

E espero que goste de ler! Ou não, na verdade eu não me importo tanto assim.

Fiz esse blog para ser escrito, não para ser lido.