Começa assim: eu acordo, escovo os dentes, de repente tomo até um banho antes de ligar o computador para começar o "interminável ciclo".
Esse ciclo é o laço principal que comanda o tempo que passo na frente do computador, e consiste em:
- Checar o e-mail;
- Checar o Orkut;
- Checar quem está online no MSN;
- Fazer algo de útil ou trabalhar;
- Voltar ao começo do ciclo.
E esse ciclo se repete dezenas de vezes durante o dia. Me pego as vezes patético dando "refresh" na página de meu scrapbook do Orkut, mesmo sabendo que não vai ter nada de novo. As vezes fico apertanto F5 na página do GMail mesmo sabendo que ela se atualiza sozinha. A minha atividade cerebral é quase nula nesses momentos - me concentro pra não babar no teclado.
Como uma abelha que não sabe porque colhe o pólen, vou repitindo meu ciclo vitalício sem refletir sobre o assunto (ao menos até agora). Na falta de uma rotina diária, tenho uma rotina que se repete a cada 5 minutos.
E o tempo vai ficando mais curto: quando não tenho mais (paciência para) trabalho nem nada de útil para fazer, ninguém para conversar, nenhum e-mail novo para ler e nenhum scrap, cada ciclo pode durar menos de 5 segundos:
- Checar o e-mail;
- Checar o Orkut;
- Checar quem está online no MSN;
- Checar o e-mail;
- Checar o Orkut;
- Checar quem está online no MSN;
- Checar o e-mail;
- Checar o Orkut;
- Checar quem está online no MSN;
- Checar o e-mail;
- Checar o Orkut;
- Checar quem está online no MSN;
- Checar o e-mail;
- Checar o Orkut;
- Checar quem está online no MSN...
Quando não aguento mais, venho postar aqui.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Posso escrever mil posts sobre...
Não ter assunto. Aliás, esse é o assunto que me resta. Para poupá-los do tédio eventual da leitura repetitiva, vou me cessar.
Aguardo sugestões.
Aguardo sugestões.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Promessa
Prometi pra mim mesmo escrever um post inteiro sem usar o backspace. Promessa cumprida.
Se precisar
Numa sala qualquer,
num lugar amplo lotado
ou talvez num apertado,
verá as pessoas gozarem
o momento.
Não é o seu momento.
Não exatamente o seu,
não aquele em que triunfa,
não é mesmo?
E notará como não antes
a insignificância das palavras
e a perturbadora persistência
dos sorrisos que as carregam.
Se você procurar,
seu olhar atravessará todos.
Transparentes, ainda que presentes,
não os verá.
Quando você precisar... - disseram.
Quando - futuro que não vira agora,
promessa que não vira dívida, não se paga.
Esperar dos outros é bobagem,
disse o auto-suficiente - e morreu
esperando por si próprio.
Mas se você precisar
estarei de prontidão, pois
na imensidão do meu egoísmo,
este é o modo que encontro
de ter você quando preciso.
num lugar amplo lotado
ou talvez num apertado,
verá as pessoas gozarem
o momento.
Não é o seu momento.
Não exatamente o seu,
não aquele em que triunfa,
não é mesmo?
E notará como não antes
a insignificância das palavras
e a perturbadora persistência
dos sorrisos que as carregam.
Se você procurar,
seu olhar atravessará todos.
Transparentes, ainda que presentes,
não os verá.
Quando você precisar... - disseram.
Quando - futuro que não vira agora,
promessa que não vira dívida, não se paga.
Esperar dos outros é bobagem,
disse o auto-suficiente - e morreu
esperando por si próprio.
Mas se você precisar
estarei de prontidão, pois
na imensidão do meu egoísmo,
este é o modo que encontro
de ter você quando preciso.
domingo, 6 de abril de 2008
Pode ser perigoso
Eu estava no MSN, conversando com uma colega da minha antiga antiga (muito antiga) escola. Na verdade não sei como o MSN dela foi parar na minha lista, mas lá estava ela.
Estava levando uma inocente conversa, e perguntei sobre o trabalho da garota - "ow, e ai, tá trabalhando com o q?". Repentinamente ela caiu - "esta pessoa está offline", dizia o Live Messenger. Mas o que ela não sabia é que eu não estava em casa, mas sim na casa de um amigo...
O que ela também não sabia é que esse colega afortunadamente tem dois computadores, postos lado a lado. Eu usava um e ele usava outro. Nem suspeitava a menina, mas justo esse meu amigo estava falando com ela ao mesmo tempo que eu e eu podia ver a conversa com simples desvio no olhar. E, em uma infeliz combinação de eventos, pude ver que na verdade ela só estava offline para mim.
Se não bastasse, ela fez a infeliz escolha de comentar sobre o assunto com este meu específico amigo. Disse: "ele tava querendo saber muito da minha vida, e pra não mandar a merda, preferi bloquear".
Ela ia me mandar a merda! Mas, afinal, o que isso aqui está virando? As pessoas estão sendo criadas em campos de concentração? Estão batendo nas nossas criancinhas como em pitbulls? Onde se aprende tanta hostilidade?
Quando eu era pequeno, minha mãe falava: "não converse com estranhos". Acho que algumas pessoas entenderam: "não converse com conhecidos" ou então, "mande seus conhecidos a merda".
Eu tenho a mania de conversar com todos, puxar conversa. Até pergunto: "trabalhando, estudando, e a vida?". Aparentemente isso é uma ofensa. Qual é a mensagem então?
Não vamos ficar falando aos outros de nossas vidas - vamos guardar tudo para nós, não contemos nada a ninguém. Pode ser perigoso, pode ser incômodo, pode ser.
Ficaremos trancados em nossas fortalezas sociais, isolados de todos os perigos que possam atingir a delicadeza de nossos egos. Mas cuidado: se ela pegar fogo, não teremos pra quem gritar socorro.
Estava levando uma inocente conversa, e perguntei sobre o trabalho da garota - "ow, e ai, tá trabalhando com o q?". Repentinamente ela caiu - "esta pessoa está offline", dizia o Live Messenger. Mas o que ela não sabia é que eu não estava em casa, mas sim na casa de um amigo...
O que ela também não sabia é que esse colega afortunadamente tem dois computadores, postos lado a lado. Eu usava um e ele usava outro. Nem suspeitava a menina, mas justo esse meu amigo estava falando com ela ao mesmo tempo que eu e eu podia ver a conversa com simples desvio no olhar. E, em uma infeliz combinação de eventos, pude ver que na verdade ela só estava offline para mim.
Se não bastasse, ela fez a infeliz escolha de comentar sobre o assunto com este meu específico amigo. Disse: "ele tava querendo saber muito da minha vida, e pra não mandar a merda, preferi bloquear".
Ela ia me mandar a merda! Mas, afinal, o que isso aqui está virando? As pessoas estão sendo criadas em campos de concentração? Estão batendo nas nossas criancinhas como em pitbulls? Onde se aprende tanta hostilidade?
Quando eu era pequeno, minha mãe falava: "não converse com estranhos". Acho que algumas pessoas entenderam: "não converse com conhecidos" ou então, "mande seus conhecidos a merda".
Eu tenho a mania de conversar com todos, puxar conversa. Até pergunto: "trabalhando, estudando, e a vida?". Aparentemente isso é uma ofensa. Qual é a mensagem então?
Não vamos ficar falando aos outros de nossas vidas - vamos guardar tudo para nós, não contemos nada a ninguém. Pode ser perigoso, pode ser incômodo, pode ser.
Ficaremos trancados em nossas fortalezas sociais, isolados de todos os perigos que possam atingir a delicadeza de nossos egos. Mas cuidado: se ela pegar fogo, não teremos pra quem gritar socorro.
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